Em um mercado em plena transformação digital, onde os dados têm feito parte de um número cada vez maior de negócios, utilizar as melhores ferramentas e soluções para gerar insights e atingir a melhor performance das atividades é crucial para se sobressair em relação à concorrência. Dentro dessa economia digital que se desenvolve, o volume de informações entre “as coisas” tem crescido exponencialmente, e as vantagens serão definidas por aqueles que souberem obter, analisar, processar e armazenar dados da maneira mais eficiente.
É neste cenário que o edge computing vem ganhando espaço rapidamente dentro das estratégias de negócios em diferentes indústrias por possibilitar o processamento de informações na borda. Dessa forma, ao realizar a análise de dados gerados por máquinas de alto desempenho localmente, obtêm-se redução da latência, melhora no desempenho geral da rede e diminui os custos de armazenamento gerando maior eficiência e performance às operações.
Um exemplo da aplicação dessa tecnologia é no setor de mineração. Como a maioria das atividades dessa indústria ocorre em locais remotos e áreas críticas, onde não há uma rede de internet robusta e confiável, o processamento, armazenamento e análise de dados localmente supera esse desafio para possibilitar a utilização de equipamentos inteligentes e conectados, como uma escavadeira autônoma.
Por essa característica de uso em locais remotos e ou distribuídos, é essencial que a implementação da computação de borda nos negócios seja acompanhada com serviços de manutenção preventiva, preditiva e corretiva em casos de urgência e prestados por empresas que tenham alta capilaridade de atendimento. Assim, se mantém a disponibilidade de toda a operação, evitando interrupções que possam prejudicar as atividades e os negócios da companhia.
Um exemplo desse tipo de serviço é o Ongoing, da green4T, que conta com o Centro de Excelência com atuação 24x7x365 e presença em 25 dos 27 estados brasileiros e Latam por meio de uma equipe com mais de 430 técnicos. Além disso, a empresa conta com estoque de reserva de peças que está distribuído estrategicamente em toda América Latina com objetivo de trazer agilidade para o atendimento.
Apesar dos diversos benefícios da computação de borda aos negócios, é preciso saber utilizá-la da melhor forma e tomar alguns cuidados para aproveitar as oportunidades geradas com essa tecnologia. Veja alguns pontos:
Distinção dos dados
- Nem todas as informações precisam, necessariamente, ser processadas na borda. Ao especificar critérios, apenas os dados necessários são analisados localmente, enquanto os não-essenciais são enviados para um data center ou nuvem. Por exemplo, não há a necessidade de processar um dado próximo à fonte se essa informação será utilizada apenas posteriormente por um gerente de operações.
Edge não é data center
- É preciso entender que a implantação de edge computing não elimina a necessidade de ter um data center ou cloud. Diferente da nuvem, a computação de borda foi projetada para processar grandes quantidades de dados em tempo real. É o que ocorre em um carro autônomo, que precisa navegar de maneira adequada e segura utilizando informações de radares, sensores, etc, onde são gerados cerca de 30 terabytes de dados em um único dia. Neste caso, o edge otimiza a leitura das informações e reduz a pressão sobre a rede.
Segurança é essencial
- Por serem utilizadas muitas vezes em locais remotos e ambientes críticos, é preciso se preocupar com a segurança do edge com medidas de proteção tanto fisíca quanto cibernética. Instalação de sistemas para monitoramento remoto, controle de acesso aos espaços onde se encontram os gabinetes de TI e atualização de softwares para evitar a infaltração de malwares são ações fundamentais.
Tecnologia em alta
Além dos seus diferenciais e benefícios gerados às diferentes indústrias, o edge computing vem ganhando espaço na economia digital tendo como grande aliada a sua implantação com a Internet das Coisas (IoT) e, nos próximos anos, tende a se expandir ainda mais com a consolidação da rede 5G no mercado.
Segundo levantamento da Front & Sullivan, a previsão até o fim deste ano é que cerca de 90% das indústrias já tenham adotado o edge computing, tendo entre os principais fatores para sua adoção a coleta de dados responsiva, a forte segurança da informação e os custos mais baixos para as companhias.
Leia Mais: Edge Computing: solução ideal para o 5G?
Já a Grand View Research aponta que o mercado de Multiacesso Edge Computing (MEC) alcançará US$ 43,4 bilhões até 2027, e que 75% dos dados empresariais serão processados pela computação de borda até 2025. Esse crescimento da tecnologia no mercado está estritamente ligado à chegada do 5G, já que haverá uma expansão de dispositivos que precisam de processamento em tempo real, como em veículos autônomos e nas cidades inteligentes, e que dependem da velocidade do edge computing e da baixa latência do 5G.
Tendência entre as empresas
Não há dúvidas de que a chegada do 5G elevará as oportunidades no mercado devido aos diversos benefícios que essa tecnologia dará aos negócios das mais diversas indústrias. Segundo o estudo “Acelerando a Revolução Industrial 5G”, realizado pela Capgemini Research Institute, 51% das empresas planejam alavancar o 5G para oferecer novos produtos, e 60% pretendem oferecer novos serviços habilitados por este meio.
Mas o dado que chama mais a atenção desse levantamento é em relação ao papel do edge computing nessas iniciativas realizadas com o 5G. Dos executivos entrevistados, 64% disseram que irão adotar serviços de computação de borda com base na quinta geração da internet dentro dos próximos três anos.
Entre os motivos citados para o uso da tecnologia estão: aumento de desempenho, confiabilidade, segurança de dados e privacidade.
Lado a lado
Muitos podem pensar que o fato do edge computing processar dados localmente reduzirá o uso de data centers já que não haverá mais a necessidade de armazenamento das informações. Na verdade, o impacto da expansão da computação de borda no mercado será o inverso, onde os grandes centros de dados ganharão ainda mais importância e utilização devido ao maior uso da tecnologia.
Segundo avaliação de analistas, o mercado de data centers gira em torno de US$ 4,5 bilhões ao ano no Brasil, e a tendência é que ele cresça ainda mais devido à maior demanda que serão geradas pelo 5G e o edge computing.
A explicação para essa expansão é simples. Com a computação na borda, data centers menores como os Rack Edges ganharão espaço pela necessidade de processar e armazenar dados. Por sua vez, esses centros de dados menores precisarão se comunicar com data centers de grande escala, impulsionando assim o uso desses produtos.
Tecnologia mais verde
Devido a digitalização da nossa sociedade e a expansão da economia digital, cresce também a demanda pelo armazenamento e processamento das informações. Com esse cenário, a projeção para 2025 é que os grandes centros de dados – caracterizados pelo grande consumo de energia, elevada emissão de carbono e desperdício eletrônico – sejam responsáveis por cerca de 20% da energia consumida em todo o globo, sendo que atualmente esse índice gira em torno de 9%.
Já o edge computing é mais sustentável. Por usar e armazenar dados localmente, há uma redução significativa na quantidade de tráfego enviado para o data center, gerando enorme redução no uso de energia e emissões de carbono. Veja abaixo alguns fatores que fazem essa tecnologia ser mais verde.
- Redução do tráfego de rede: com o edge computing, a quantidade de dados que passam pela rede é bem reduzida, diminuindo a largura de banda, ou seja, a quantidade de dados que é transferida em um determinado período. Ao processar os dados localmente, apenas as informações realmente necessárias são enviadas para o data center, como resultados, dados agregados, etc;
- Maior eficiência: os recursos dos dispositivos utilizados na computação de borda são restritos e otimizados, gerando assim maior eficiência e, consequentemente, reduzindo o consumo de energia. Com a ampla utilização dessa tecnologia pela indústria, os ganhos são altamente significativos;
- Uso do hardware existente: há na indústria muitos equipamentos que são subutilizados, muitos deles para computação complexa. E o edge computing permite que as empresas usem hardware e infraestruturas já existentes (retrofit) para aproveitar a computação já disponível.
Como se vê, o edge computing tende a ganhar cada vez mais espaço no mercado devido aos seus diversos benefícios e a expansão de tecnologias como Internet das Coisas (IoT) e 5G. Além de reduzir a latência, melhorar o desempenho geral da rede e diminuir os custos de armazenamento gerando maior eficiência e performance às operações, a computação na borda gera ainda um grande benefício às empresas por ser mais sustentável.
Em uma economia onde pequenas vantagens fazem toda a diferença frente à concorrência, o edge computing pode ser crucial para o sucesso dos negócios nas mais diversas indústrias.